sexta-feira, 5 de novembro de 2010

VILA DE AVELAR - Portugal

Avelar é uma vila que pertence ao concelho de Ansião e ao distrito de Leiria. O seu orago é O Divino Espírito Santo. “Avelar” é uma variante do português arcaico “avelanal”, ou seja “terreno onde crescem aveleiras”. Toponímia desta vila revela uma influência botânica da aveleira (do latim avellanalle); por outro lado pode também revelar um topónimo árabe – rapoula (acção de povoar).
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              Pela existência local do topónimo Castelo, e da designação de Lomba do Castelo de um monte  a certa distância ao poente da povoação, deve poder considerar-se que, correspondendo nessa altura a um castro, o povoamento do território desta freguesia de avelar deverá ascender a épocas pré-romanas, até porque por aqui passava a via romana de Conímbriga a Sellium. O seu traçado, demarcado na sua quase totalidade, manteve-se parcialmente até hoje, sendo visíveis alguns vestígios na zona entre a Tojeira e o Pontão, como um troço de calçada.
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            São também muito remotas as primeiras referências à povoação de Avelar; D. Afonso Henriques, em 1137, cita “Avellaal” e “Almafalla” no foral concedido a Penela, pois ambas se situavam no seu termo Sul; e em Maio de 1219, D. Sancho I, concede a D. Maria Paes Ribeiro a Herdade de Almofala, que confinava a Norte com o termo de Penela, a Oriente com o de Figueiró e a Sul  com o de Arega. Em 1221, D. Afonso II, coutou a herdade régia , situada entre os termos de Penela e de Maçãs de D. Maria e doou-a ao seu alferes-mor Martim Anes; era a Herdade de Avelar. Em 1514, D. Manuel I, concedia Foral Novo a Avelar, que passou então a ter estatuto de vila.
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            Depois da restauração da independência, foi extinta a Casa dos Marqueses e Duques de Vila Real, a quem pertencia a Herdade de Avelar. Todos os seus bens passaram para a Casa do Infantado, na pessoa do Infante D. Pedro. Em 1680, foi oficialmente criada a freguesia de Avelar, por petição ao Papa pelos moradores de Avelar, alegando a distância à Matriz (Aguda) entre outros inconvenientes.
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            Por decreto régio de 31 de Dezembro de 1836 (ou 1834), Avelar acabaria por perder o estatuto de vila e cabeça de concelho, para ser incorporado no de Chão de Couce; este, veio a ser extinto em 24 de Outubro de 1855, sendo Avelar integrado no concelho de Figueiró dos Vinhos; porém, viria a ser daquele desanexada em 1895, para passar a integrar o concelho de Ansião. Em Maio de 1994, é apresentado na Assembleia da república em projecto-lei que prevê a elevação de Avelar à categoria de Vila. Em 21 de Junho de 1995 a lei é aprovada. Avelar é de novo VILA (lei n.º 47/95, de 30 de Agosto).

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Momentos Histórico de Avelar

Foi vila e sede de concelho entre 1514 e 1836. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 478 habitantes. Embora seja uma das mais pequenas freguesias, em área geográfica, a sua sede - a vila de Avelar - é um dos grandes aglomerados urbanos do concelho, com grandes tradições no que respeita à industrialização têxtil.
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Situada em suave declive ligeiramente inclinado para Oeste, e numa campina fértil, Avelar fez parte, até ao século XVII, da paróquia de Aguda. Contudo, devido à distância a que ficava a sede da paróquia, reivindicou-se perante Roma a autonomia que seria conseguida por despacho favorável de Inocêncio XI ao autorizar a paróquia separada, em 1680, com o orago do Espírito Santo.
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O Pelourinho de Avelar e a Capela de Nossa Senhora da Guia são dois bons exemplos do património arquitectónico local. A Igreja, que esteve na base de uma das romarias mais concorridas da região centro do país, chegando a juntar cerca de 40 mil visitantes, sofreu obras de melhoramento há poucos anos.
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Por decreto régio de 31 de Dezembro de 1836, Avelar perdeu o estatuto de vila e cabeça de concelho, para ser incorporada no concelho de Chão de Couce; em 24 de Outubro de 1855 este seria extinto, passando o Avelar para o concelho de Figueiró dos Vinhos; finalmente, em 1895, viria a ser desanexada deste, para passar a integrar o concelho de Ansião.
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Graças às muitas esmolas oferecidos à milagrosa imagem de Nossa Senhora da Guia, foi fundado nos finais do século XIX, o Hospital de Nossa Senhora da Guia, que ainda hoje está em plena actividade, sendo um dos mais conceituados estabelecimentos de saúde do Interior Norte do Distrito de Leiria. É gerido por uma Fundação com esse nome.
          
Uma das mais-valias do progresso de Avelar, foi a indústria têxtil. Tudo começou na povoação de Lomba da Casa, do concelho de Figueiró dos Vinhos, donde era natural a família Moreira, cujos descendentes, fixaram residência em Avelar, por casamento e aqui foram fundando sucessivas empresas industriais. Aqui se fabricou estamenha (paninho), xailes, cobertores, mantas e meias.
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Na década de 1960 as empresas modernizam-se, chamando técnicos especializados, da Covilhã, que com as respectivas famílias aqui se foram fixando. Para aqui vieram algumas pessoas das vizinhanças à procura de trabalho.
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A indústria têxtil e o comércio foram as actividades que permitiram grande desenvolvimento, levando a que a freguesia fosse reelevada à categoria de vila.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Igreja da Nossa Senhora da Guia de Avelar

A paróquia de Avelar, como já se disse, só foi criada em 1680. A actual matriz era apenas a capela de Nossa Senhora da Guia, já mencionada nas Memórias Paroquiais de 1758. Mas por ser o principal ponto de convergência de muitos peregrinos, acabou por tornar-se também a Igreja paroquial. A antiga Igreja matriz situava-se mais para Oeste e dela quase já não existem vestígios.
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Devido ao grande rendimento de esmolas à milagrosa Nossa Senhora da Guia, em 1757, inicia-se a construção de uma nova Capela (por provisão do Infante Dom Pedro, datada de Lisboa, a 9 de Julho de 1757, enviada ao ouvidor da comarca das Cinco Vilas de Chão de Couce). A sua construção prosseguiu, com o produto das esmolas do povo, concluindo-se já na década seguinte.
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Trata-se de um edifício simples de silhueta renascentista, dedicado à Nossa Senhora da Guia. Composta por uma só nave.
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A empena é decorada por um brasão real. Uma volumosa torre eleva-se do lado esquerdo, formada por três corpos distintos, de secção quadrangular; um inferior e outro mediano, com sinos; o conjunto é encimado por um corpo octogonal rematado em coruchéu piramidal cintado por dois cordões de cantaria, acantonados por urnas, sem fogaréu, como os que ladeiam a cruz da empena, com volutas.
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No interior, apresenta uma nave única, com tecto abaulado, de madeira pintada. As esculturas que contém são populares, de pedra, representando o Espírito Santo - seu orago -, um S. Sebastião e uma Virgem do Rosário, e o lado Sul.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pelourinho de Avelar

Séc. 16 - erecção do pelourinho; 1514 - Avelar recebeu foral; data inscrita no topo do fuste; 1895 - foi integrada no concelho de Ansião. O pelourinho já foi mudado vários vezes de lugar.
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Descrição: Constituído por um soco quadrangular de três degraus sobre o qual assenta coluna de base quadrada, fuste cilíndrico com parte terminal canelada, sobrepujado por pinha estriada. 
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Interior: Nave única de pavimento lajeado e cobertura em tecto de madeira em três planos. Retámbulo-mor marmoreado, aberto por três nichos encimentado  por  frontão de lanços com vértice em talha dourada.
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Localização: Largo do Pelourinho – Avelar – Conselho de Ansião
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Proteção: I.I.P. Dec. nº 23 122, DG 231 de 11 de  Outubro de 1933, ZEP, DG 296 de 20 de Dezembro de 1962

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Forno Medieval de Avelar

O forno medieval de Avelar tem uma interessante história para contar. Este era aquecido durante três dias por altura da festa de Nª. Senhora da Guia. No terceiro dia um homem entrava no forno com um carro de mão, no qual levava um enorme bolo, deixava-o e saía.  Mais tarde, após a cozedura do bolo, o mesmo homem entrava novamente no forno e retirava o bolo e na boca, para sua protecção, um cravo. Diz a lenda que, graças à protecção divina, saía ileso.
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Depois era distribuído em pedaços pelos presentes que o guardavam em casa religiosamente, e aos quais atribuíam propriedades divinas. Construído no topo de uma imponente escadaria que terá origem medieval. Este Forno, esteve, desde sempre, ligado às Festas de Nossa Senhora da Guia. Ainda hoje são muitos os romeiros, vindos de várias regiões do país, que alegram as festividades que decorrem no 1.º  fim de semana de Setembro de cada ano.
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O Forno é uma construção hexagonal, com uma cruz de trevo no topo da cúpula e dois pináculos piramidais ao lado da cruz.
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                                           Forno Medieval de Avelar
                                                   Rua do Castelo
                                              3240 Avelar, Ansião